Lábrea, meu novo destino. Aberta para a nova missão, confiante que Deus está comigo em todos os momentos e que o testemunho da irmã Cleusa será forca na minha caminhada.

Ontem dia 25 de fevereiro, cheguei a Labrea! Desde que recebi a noticia de que viria para estas terras, estou com «estado de choque» Sim ainda tenho uma leve impressão de que estou sonhando e a cada momento irei acordar! Não quero fazer tantos planos, pois é o Senhor, o dono da messe que planeja tudo e no momento certo! Como tenho experimentado o seu amor e cuidado para comigo a minha vida inteira, sei que está cuidando de mim com tudo aquilo que Ele é: meu auxilio, libertador, fortaleza e abrigo… Por causa de tudo isto que eu continuo colocando nele a mina vida!

Estou feliz!  Como todo missionário e ainda por cima como uma boa mineira, estou observando… Procurei desfrutar com intensidade cada trecho da viagem, pois é a graça de Deus que vinha ao meu encontro, é o Kairós. Quando pousei em Porto Velho me lembrei da Irmã Cleusa e pensei naquela bonita foto em que ela está esperando no pátio do aeroporto com um livro embaixo do braço! Olhei-a (com o coração é claro) atentamente e rezei, pedindo que passasse para mim a sua herança, já que não a necessitava mais para a missão. Ela já havia dado conta do recado e eu ainda peregrinava por este mundo, buscando responder e viver a missão a mim confiada. Enquanto rezava meus olhos se encheram de lágrimas, pois era como se a visse naquele lugar! Entrei ao aeroporto, ali passei a noite e por várias vezes me passou pela cabeça e coração a figura da Irmã Cleusa. Fiquei tentando contempla-la para ver sobre o que estaria pensando e rezando naquele momento…

Eu rezava o presente que Deus colocava em minhas mãos, não sabia como abri-lo, porém sabia que Deus abriria junto comigo e ia ensinar-me como fazer dele o melhor uso. Amanheceu, procurei a empresa de táxi aéreo, me informei, fiz o checkin e uma vez mais, veio a imagem da Irmã Cleusa. Desta vez ela não estava só, estava com um grupo de Irmãs e prontas para entrar no pequeno avião! Atravessei o pátio estava chovendo, uma coruja em cima do toco cantava e me seguia com o seu olhar que na medida em que ia caminhando ela me seguia virando todo o pescoço como costuma fazer as corujas. O canto das corujas é triste, a chuva fina dava uma tonalidade cinza para a natureza, porem eu estava alegre com a chuva, com a coruja e o mais importante com a presença «visível» da Irmã Cleusa. Nesta jornada, tentava dizer algumas palavras, porem o meu coração queria silencio, para contemplar todo aquele santuário. Não tinha nenhum avião na pista, a não ser o pequeno avião que nos levaria a «terra sagrada». Tinha a sensação de que toda a natureza, todo o cosmo havia parado para registrar na alma do mundo este momento único na vida de duas almas: “Deus e Eu». Eu não queria muita conversa, a não ser aquela para disfarçar a emoção e garantir que era real tudo aquilo que estava vivendo. Tinha os meus pés no solo, porém a minha alma voava, voava como a águia, buscando as alturas… Seguramente que o avião, as pessoas, os tempos eram outros…, porém a situação era a mesma: Um alguém que buscava realizar um sonho de Deus, «ser toda de Deus» fazer com que Ele reine em todos os corações…

Uma vez mais me emocionei, transportando-me para uma foto de Irmã Cleusa perto da escadinha do avião. Entrei não só com o pé direito e sim com todo o meu corpo, e alma… Não demorou muito e já estava voando nas nuvens literalmente e eu desfrutava de cada segundo, cada nuvem! De cima podia ver todo o verde e no meio do verde umas «cobrinhas» bem amarelas que me levava a imaginar qual era o tamanho real daqueles rios, imaginava e rezava também as casinhas que se podia visualizar a beira dos rios.

Chegando a Lábrea, outro momento emocionante! Tudo muito diferente queria perguntar a todos se haviam conhecido a Irmã Cleusa… Assim que cheguei, um taxista queria me levar, esperei um pouco e chegaram irmã Itárica e Frei Jesus. Cheguei a casa, agora a minha casa, a casa que foi da Irmã Cleusa, a casa onde testemunhou um montão de fatos e coisas feitas pela e por irmã Cleusa! Uma casa que me ensinará muito sobre o que significa entregar a vida em favor do irmão, da irmã.

Conto com as orações de cada uma para que eu pobre serva de Deus possa ser fiel na realização do sonho dele e meu.

Com carinho especial abraço a cada um de vocês que me ajudaram e ajudam em minha caminhada.

Em Cristo e Santo Agostinho,

                                                                    

IR. JACIRA, MAR

 

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