“VALE ARRISCAR-SE”

Irmã Cleusa Carolina Rody Coelho – MAR

Com fé, esperança e ousadia, nós, Missionárias Agostinianas Recoletas manifestamos nosso carinho, abraço e compromisso com a luta dos povos indígenas e dos pobres.

Unimos nossas orações, indignações, corações e abraçamos às Famílias de Bruno Pereira e Dom Phillips nestes momentos de dor e luto pela barbárie que aconteceu no Vale do Javari, por defenderem a vida dos povos indígenas e da Amazônia.

Também estamos unidas ao povo indígena do Vale do Javari que grita e pede socorro ao mundo todo, por Justiça.

Conclamamos em uma só voz: chega de exterminar os profetas de hoje! Eles fazem acontecer o Reino de Deus em vida, para que todos tenham vida.

O sangue dos mártires Bruno Pereira e de Dom Phillips, misturou-se com o sangue de tantos mártires de nossa “Querida Amazônia”, em especial com o sangue de Irmã Cleusa Carolina Rody Coelho, Missionária Agostiniana Recoleta que há 37 anos nossas famílias: Agostiniana, Rody Coelho e Apurinã vivemos o mesmo drama. Irmã Cleusa foi assassinada no rio Paciá, Lábrea, Amazonas, no dia 28 de abril de 1985, por defender a terra, a vida dos povos indígenas e os direitos dos pobres.

O sangue dos mártires segue regando a esperança de todas as mulheres e os homens que lutam pela vida digna e justiça para todos os povos.

Bruno Pereira, Dom Phillips, Cleusa, Arnaldo, Maria e tantos mártires seguem vivos no meio de nós. A causa de suas mortes nos fortalece a continuar a luta por vida digna para os preferidos de Deus.

A ressurreição é a força da vida de nossos mártires no meio dos pobres!

Famílias, Pereira e Phillips, obrigada pela entrega e doação da vida de seus AMORES (Bruno e Dom) ao serviço do Reino!

Fraternalmente na fé, na dor e no compromisso, nosso abraço terno.

 

         Irmã Marlene Valani

Missionárias Agostinianas Recoletas

 

 

Lábrea, 19 de junho de 2022.