ESPERANZA, com muita alegria, recebemos a notícia de que você havia sido transferida para o Brasil e que viria fazer parte de nossa Comunidade, aqui em Cariacica.

Hoje, quando já temos a alegria de ter a você entre nós, queremos pedir-lhe que partilhe conosco algo de sua experiência em nossa Comunidade. Pode ser?

  1. Como foi para você a experiência da quarentena em isolamento, devido ao coronavirus, logo em sua chegada?

Como foi minha experiência da quarentena? Tranqüila. Eu trazia a consciência clara de que tinha que estar isolada, por prudência para com as irmãs e por precaução para comigo mesma, e não me pareceu difícil estar ali no isolamento. Sentia-me super cômoda,mui acolhida, atendida pelas irmãs, agradecida para com Deus. Aproveitei o tempo para orar, para fazer algo de limpeza, para adaptar-me ao ambiente, ao clima, voltar a recordar algumas palavras em português, estudar, ler… Creio que valeu a pena os 14 dias para a gente adaptar-se à mudança.

  1. E qual foi sua sensação ao deixar o isolamento?

Minha sensação ao deixar a quarentena foi maravilhosa! Poder entrar em contacto   com as irmãs, compartir, orar juntas, almoçar juntas, comer juntas, expressar-me e partilhar com  as irmãs, conhecer realmente. Conhecer o espaço onde se está é algo mui, muito bom, muito positivo! É uma sensação de recuperar a liberdade.

  1. Agora, já convivendo normalmente com toda a Comunidade, como você se sente?

A convivência com as irmãs tem sido muito boa. Eu entendo o português, entendo o que leio. Não me sinto perdida na liturgia. Sinto-me acolhida, abraçada, aceita pelas irmãs. Então isto faz com que a convivência seja mais leve;  e as irmãs estão fazendo todo o possível por ajudar-me em meu dia a dia, nesta minha nova realidade, que já trago pela idade, pela realidade de saúde.  Isto faz com que a gente se sinta cômoda, que se sinta bem, que se sinta agradada e  agradecida  com Deus. Sinto-me muito bem entre vocês.

Já distinguia a todas desde a vez passada, quando eu vivi aqui no Brasil, porém, claro, é diferente voltar depois de 22 anos. Encontra-se uma realidade diferente; porém, da mesma forma, é muito positiva. Venho com muito gosto para compartir com as irmãs.

  1. Que mensagem você deixaria para nossa Comunidade?

Que mensagem dou à Comunidade? É muito difícil, porque estamos apenas  começando a conviver,  para eu estar já metendo-me a dar mensagens. Porém, creio que o coronavirus nos deixa, antes, uma lição a todas: Há que   ter cuidado, mas não há que ter medo, porque senão terminamos encarceradas em nossas próprias casas. Ou também, si o olhamos desde outro lado, voltamos a nossas raízes de clausura, de onde saímos quando monsenhor Ochoa levou as irmãs à China e monsenhor Ignácio Martínez as trouxe para cá.

Creio que estamos retomando nosso ser agostiniano recoleto para fortalecê-lo e depois, daí, sair com desejos de prestar os serviços missionários que Deus nos peça na vida. Claro, aqui todas já somos irmãs idosas,  isto faz com  que nos sintamos na retaguarda. Porém a retaguarda também é o reforço na oração, o reforço na vida fraterna, para poder dar um testemunho de entrega, de mulheres felizes, que demos tudo o que tínhamos até o fim. Isto é o que Deus vê e premia e o que nos leva a ser felizes realmente

– LINDA  PARTILHA, IR. ESPERANZA !

Nossa Comunidade lhe agradece, de coração, sua disponibilidade e abertura em partilhar sua experiência conosco.  E, mais uma vez, agradece também a Deus por tê-la enviado entre nós.

      Comunidade “Nossa Senhora da Consolação”                                                              

                         Cariacica – ES – Brasil