“BRASIL”: 200 anos de (IN) dependência. Para quem?

Foi este o instigante tema que nos fez ir para as ruas de nossos bairros e gritar, orar, refletir, cantar sobre a dura realidade de nossa independência, após 200 anos.

O Grito dos Excluídos e Excluías aposta, com coragem e profetismo, na organização popular que está dinamizada através das muitas lutas por dignidade e justiça, que acontecem, a duras pena, em todo canto do Brasil. Lutas e organizações, ainda mais indispensáveis neste ano, em que o cenário político exige capacidade de diálogo e construção de saberes para compreender a realidade e assim transformá-la.

Os Mutirões pela Vida estão aí e precisam ser fortalecidos com a elaboração do Projeto Popular, a partir do Brasil que Queremos e do Bem Viver dos Povos, que nos chamam a ocupar as ruas, praças, os espaços urbanos e rurais, florestas e rios.

Se faz necessário organizar e animar as esperanças, uma tarefa urgente para todos, promovendo a educação popular e processos formativos que geram autonomia e reflexões concretas de incidência/ participação política. Nesse Mutirão do Grito não pode faltar ninguém, conclama a coordenação formada por representantes das mais diferentes Igrejas, e criada pela Igreja Católica Apostólica e Romana, demais denominações religiosas, pastorais e movimentos sociais. Todos a favor da Vida.

Os temas refletidos durante todo o percurso de mais de 3 horas foram: 1) Violência estrutural; 2) Dívida Pública, dívida social e Direitos Humanos; 3) Educação Popular e Trabalho de Base; 4) Soberania Alimentar: Agricultura familiar e o combate à Fome (nesse momento, o Brasil voltou o mapa da Fome pela ONU e, são mais de 33 milhões de famintos; 5) 3 TS: Terra, Teto e Trabalho (reflexão do Papa Francisco); 6) Democracia Participativa: Democracia Representativa (num momento em que nossa Democracia sofre toda forma de aviltamento e se encontra fragilizada pro conta de um Governo autoritário); 7) Defesa dos territórios. O Brasil que queremos deve ser espaço de todos os povos e culturas que presam pelo bem viver. É urgente estancar a violência no campo e na cidade por meio de políticas públicas e do acesso aos Direitos Humanos para todos, em especial, para os mais vulneráveis.

Mais de 6 mil pessoas participaram dessa caminhada que após iniciada em frente a Universidade Federal do Espírito Santo, caminhando até a praça do bairro de Gurigica.

Foi gratificante perceber a animação do povo, após tanto tempo de isolamento caminhar com seus irmãos por causa tão Humana-Cristã e Cidadã: continuar a luta por nossa Independência para todos.

OBS: A quadra do Centro Educacional Agostiniano foi o espaço onde, mais de 100 representantes, por várias vezes, puderam estar reunidos para organizar e levar adiante tão nobre missão: Defender a Vida em todas as situações.

Irmã Rita Cola, Diretora